Câncer e Tumores de Ovário

 Introdução

O câncer de ovário é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado de células anormais nos ovários, que são parte do sistema reprodutor feminino. É um dos tipos mais graves de câncer ginecológico, frequentemente diagnosticado em estágios avançados devido à ausência de sintomas específicos nas fases iniciais. Existem diversos tipos de tumores ovarianos, variando de benignos a malignos, cada um com características e tratamentos distintos.

Tipos de Tumores Ovarianos

Os tumores ovarianos podem ser classificados em três categorias principais:

1. Tumores Epiteliais: Representam cerca de 90% dos casos de câncer de ovário. Originam-se na camada de células que revestem a superfície externa dos ovários.
– Carcinoma Seroso: Tipo mais comum de tumor epitelial maligno.
– Carcinoma Endometrioide: Associado à endometriose.
– Carcinoma de Células Claras: Raro e muitas vezes agressivo.
– Carcinoma Mucinoso: Pode ser muito grande e se apresentar com sintomas de massa abdominal.

2. Tumores de Células Germinativas: Desenvolvem-se nas células que formam os óvulos. São mais comuns em mulheres jovens.
– Teratomas: Podem conter diferentes tipos de tecidos e geralmente são benignos.
– Disgerminomas: Tumores malignos mais comuns entre os tumores de células germinativas.
– Tumores do Saco Vitelino: Raros e altamente malignos.

3. Tumores do Estroma: Originam-se nas células do tecido conjuntivo que sustentam os ovários.
– Tumores de Células Granulosas: Podem produzir estrogênio, causando sintomas relacionados ao excesso de hormônios.
– Sertoli-Leydig: Raros e podem produzir andrógenos, levando a sintomas de virilização.

Fatores de Risco

Vários fatores podem aumentar o risco de desenvolver câncer de ovário:

1. Idade: A maioria dos casos ocorre em mulheres com mais de 50 anos.
2. Histórico Familiar: Ter parentes próximos (mãe, irmã ou filha) com câncer de ovário, mama ou colorretal aumenta o risco.
3. Genética: Mutações em genes como BRCA1 e BRCA2 aumentam significativamente o risco.
4. Endometriose: Condição em que o tecido endometrial cresce fora do útero.
5. Terapia de Reposição Hormonal: Uso prolongado de estrogênio sem progesterona após a menopausa.
6. Histórico Reprodutivo: Mulheres que nunca engravidaram têm maior risco.

Sinais e Sintomas

Os sintomas do câncer de ovário são frequentemente vagos e podem incluir:

– Inchaço abdominal ou sensação de plenitude.
– Dor abdominal ou pélvica.
– Dificuldade para comer ou sensação de saciedade rápida.
– Necessidade frequente de urinar.
– Perda de peso inexplicável.
– Fadiga.
– Dor durante as relações sexuais.
– Alterações nos hábitos intestinais, como constipação.

 Diagnóstico

O diagnóstico precoce do câncer de ovário é desafiador devido à inespecificidade dos sintomas. Os métodos de diagnóstico incluem:

1. Exame Pélvico: Avaliação física dos ovários e outros órgãos pélvicos.
2. Ultrassonografia Transvaginal: Cria imagens detalhadas dos ovários.
3. Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética (RM): Para avaliação detalhada da extensão do tumor.
4. CA-125: Um exame de sangue que mede os níveis de CA-125, um marcador tumoral que pode estar elevado em casos de câncer de ovário.
5. Biópsia: Remoção de uma amostra de tecido para análise patológica.

 Estadiamento

O estadiamento é crucial para determinar a extensão do câncer e orientar o tratamento. O sistema de estadiamento da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) classifica o câncer de ovário em quatro estágios:

– Estágio I: Restrito aos ovários.
– Estágio II: Disseminado para a pelve.
– Estágio III: Disseminado para o abdômen.
– Estágio IV: Disseminado para órgãos distantes.

 Tratamento

O tratamento do câncer de ovário depende do estágio da doença, da saúde geral da paciente e de outros fatores. As principais opções de tratamento incluem:

1. Cirurgia: A remoção do tumor é fundamental. Pode incluir a remoção dos ovários, trompas de falópio, útero, linfonodos e omento (parte do tecido abdominal).
2. Quimioterapia: Uso de medicamentos para destruir células cancerígenas, geralmente administrada após a cirurgia para eliminar células remanescentes.
3. Terapia Alvo: Medicamentos que atacam células cancerígenas específicas, como inibidores da PARP para pacientes com mutações BRCA.
4. Radioterapia: Raramente usada para câncer de ovário, mas pode ser considerada em alguns casos.

 Prognóstico e Recuperação

O prognóstico do câncer de ovário varia conforme o estágio e a resposta ao tratamento. Em geral, os cânceres diagnosticados em estágios iniciais têm uma taxa de sobrevivência significativamente maior. A recuperação depende do tipo de tratamento, da resposta do paciente e do manejo de efeitos colaterais, que podem incluir fadiga, náuseas e neuropatia periférica.

Acompanhamento

Após o tratamento inicial, o acompanhamento regular é crucial para:

– Monitorar Recidivas: Verificar se o câncer retornou.
– Gerenciar Efeitos Colaterais: Tratar complicações ou efeitos colaterais a longo prazo do tratamento.
– Apoio Psicológico e Nutricional: Oferecer suporte para a adaptação às mudanças no estilo de vida e saúde mental.

 Prevenção

Não há maneiras garantidas de prevenir o câncer de ovário, mas algumas medidas podem reduzir o risco:

– Contraceptivos Orais: Uso prolongado pode reduzir o risco.
– Cirurgia Preventiva: Para mulheres com alto risco genético (mutações BRCA), a remoção preventiva dos ovários e trompas de falópio pode ser considerada.
– Histórico Reprodutivo: Gravidez e amamentação parecem reduzir o risco.

Conclusão

O câncer de ovário é uma doença grave que requer atenção médica imediata e tratamento adequado. A detecção precoce é desafiadora, mas essencial para um prognóstico favorável. Mulheres devem estar cientes dos sintomas e fatores de risco, e buscar orientação médica se apresentarem sinais suspeitos. O avanço nas terapias e o acompanhamento contínuo oferecem esperança para uma melhor qualidade de vida para as pacientes diagnosticadas com essa condição.

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